O último quarto da república Avalon estava o que poderia ser chamado de caos. Móveis fora do lugar, roupas espalhadas, pacotes de biscoito abertos em cima da mesa e ao pé da cama de Evie, duas malas. Era o último dia na escola e começavam as tão esperadas férias de verão. O 5º ano terminava ali, junto com os N.O.M.s, e Evie não queria pensar em suas notas durante as férias. ‘Me preocuparei com elas quando voltar pra casa’ ela pensou enquanto fechava a última mala, jogando ao lado das outras duas já prontas.
Ela estava indo para a casa de veraneio dos avôs, em Andaluzia, Espanha. Seu irmão Max também ia, mas Dimitri ficaria na Bulgária para viajar com os pais, algo que Evie lamentava muito. Mesmo que a viagem para a Espanha fosse para comemorar o aniversário de sua avó, ela queria que ele fosse. Mas fora Dimitri que escolhera seguir com os pais para a Grécia, então nada que Evie dissesse o convenceria do contrário.
‘Pronto, terminei!’ Evie se largou na cama exausta
‘Não acha que está levando roupa demais?’ Milla perguntou olhando para sua única mala em sua cama. Nina observou também, revirando os olhos
‘Claro que não! Preciso ter opções de roupa ou enlouqueço!’
‘Ah, a Evie tem razão!’ Vina sentou na cama cansada depois do esforço para fechar sua 2ª mala ‘Precisamos ter opções, não dá pra ser uma só pra cada dia!’
O apito do trem soou pela 3ª vez, o que indicava que sairia em meia hora, sem atrasos. As quatro fizeram as bagagens levitarem e saíram apressadas do quarto, se acomodando em uma das cabines vazias. Evie lançou um ultimo olhar para o castelo e os muros que o cercavam, sorrindo. Era oficialmente o inicio das férias.
~*~*~*~*~
‘Se puder andar mais devagar eu espero’ Max resmungava parado a quase dois metros de distancia da irmã
‘Se puder ser mais cavalheiro e me ajudar com as malas eu agradeço’ Evie retrucou, cruzando os braços no meio do saguão e soltando as malas no chão
Max voltou contrariado a apanhou as duas malas que ela soltara, saindo outra vez na frente e largando Evie para trás. Eles haviam chegado ao aeroporto de Sofia e deveriam pegar um vôo direto para a Espanha, mas ainda nem haviam despachada as malas.
Eles já estavam acostumados ao ritual de viajar sozinhos, seu pai raramente participava das reuniões de família da ex-mulher, indo apenas aos eventos mais importantes. Evie sabia que ele estaria na Espanha no dia da festa de sua avó, e isso bastava para ela.
‘Aqui, nossos lugares são esses dois’ Max acomodou sua mochila no compartimento acima da poltrona e deitou espalhado
‘Que bom que os acentos da primeira classe são espaçosos, assim você não esbarra em mim’ ela provocou o irmão e ele apertou as bochechas dela
‘Me acorde quando chegarmos à Espanha’ Max se enrolou na coberta e virou para o lado, apagando na mesma hora
~*~*~*~*~
‘Ah, até que enfim chegaram!’
Evie ouviu uma voz irritantemente conhecida e revirou os olhos antes mesmo de encontrar sua dona. Hanna e Dario, seus primos de mesma idade que estudavam em Beauxbatons estavam parados no saguão do aeroporto, sentados sobre as bagagens e com caras de poucos amigos. Conhecendo bem os gêmeos como ela e Max conheciam, não era necessário ser vidente para saber o motivo do mau humor: o vôo da Bulgária para a Espanha havia atrasado por quase meia hora, o que significava que eles estavam esperando os dois há algum tempo. E os quatro tinham ordens expressas dos avôs de esperaram uns pelos outros, deveriam sempre chegar juntos quando viajavam sozinhos.
‘Não temos culpa se o vôo atrasou!’ Max foi logo respondendo mal humorado, ele e Dario nunca se entenderam
‘Estamos esperando há mais de uma hora, já íamos embora sem vocês!’ Hanna reclamou impaciente e colocou a bolsa no ombro
‘Sim, claro que iam embora’ Evie riu na cara da prima ‘Como se fossem valentes o suficiente para levarem bronca de graça do vovô. Parem de chorar como dois bebês e vamos embora, estou cansada’
Max e Evie não esperaram os primos terminarem de recolher as malas e já foram chamando um táxi, se acomodando nele enquanto os dois vinham correndo para alcançá-los.
A viagem até Andaluzia pareceu durar uma eternidade, pois o silencio no táxi era torturante. Ninguém fazia a menor questão de manter uma conversa, nenhum deles engolia o fato de terem a mesma idade e com isso, estarem presos uns aos outros. Era uma espécie de sistema de proteção mútua que o avô deles impôs aos filhos e netos: aqueles com idades iguais ou aproximadas deveriam sempre estar juntos, ajudando e protegendo um ao outro. A regra parecia se aplicar muito bem ao resto da família, mas não a eles. Evie considerava Hanna a garota mais esnobe e falsa da face da terra, e Max via em Dario um garoto que não media esforços para conquistar seus objetivos, mesmo que isso significasse pisar em cima de seus próprios pais. Eles definitivamente não viam qualquer possibilidade de um dia se entenderem.
Quando o carro parou em frente à mansão de veraneio dos Stanislav em Andaluzia, Evie foi a primeira a correr para fora do táxi. Seus avôs já estavam parados no portão a espera deles, preocupados com a demora, e sua avó foi a primeira pessoa que ela abraçou. Os outros três desembarcaram com calma e trazendo as bagagens, entraram na casa. Todos os primos e tios já estavam reunidos na sala de estar e os quatro tomaram seus lugares para ouvir o que seus avôs tinham a dizer.
‘Bem, agora que estamos todos aqui’ ela olhou para os quatro últimos e esboçou um sorriso ‘podemos começar a contar as novidades’
‘Evangeline e eu achamos que passamos pouco tempo com todos vocês, e com a intenção de interagirmos mais, eu levarei meus filhos, genros e netos para um acampamento de caça, no Parque Natural de Cazorla!’ Andrei falou animado e os garotos se agitaram ao som da palavra “caça”
‘E eu vou levar minhas filhas, noras e netas ao mesmo parque, mas na outra extremidade, para um acampamento mais calmo, de pesca’ Evangeline falou no mesmo tom animado e suas filhas, noras e algumas netas pareceram animadas. Apenas Evie, Hanna e Helena não esboçaram qualquer tipo de empolgação.
Andrei deu ordem para que cada um fosse fazer uma mochila básica para duas semanas e comunicou que todos partiriam em duas horas. A sala se esvaziou em questão de segundos, com gente correndo para todos os lados até seus cômodos para começar a preparar as coisas. Mas Evie não correu, e subiu as escadas até seu quarto sem pressa alguma. Duas semanas de acampamento com Hanna na mesma barraca? Essas férias prometiam ser um desastre...
Ela estava indo para a casa de veraneio dos avôs, em Andaluzia, Espanha. Seu irmão Max também ia, mas Dimitri ficaria na Bulgária para viajar com os pais, algo que Evie lamentava muito. Mesmo que a viagem para a Espanha fosse para comemorar o aniversário de sua avó, ela queria que ele fosse. Mas fora Dimitri que escolhera seguir com os pais para a Grécia, então nada que Evie dissesse o convenceria do contrário.
‘Pronto, terminei!’ Evie se largou na cama exausta
‘Não acha que está levando roupa demais?’ Milla perguntou olhando para sua única mala em sua cama. Nina observou também, revirando os olhos
‘Claro que não! Preciso ter opções de roupa ou enlouqueço!’
‘Ah, a Evie tem razão!’ Vina sentou na cama cansada depois do esforço para fechar sua 2ª mala ‘Precisamos ter opções, não dá pra ser uma só pra cada dia!’
O apito do trem soou pela 3ª vez, o que indicava que sairia em meia hora, sem atrasos. As quatro fizeram as bagagens levitarem e saíram apressadas do quarto, se acomodando em uma das cabines vazias. Evie lançou um ultimo olhar para o castelo e os muros que o cercavam, sorrindo. Era oficialmente o inicio das férias.
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‘Se puder andar mais devagar eu espero’ Max resmungava parado a quase dois metros de distancia da irmã
‘Se puder ser mais cavalheiro e me ajudar com as malas eu agradeço’ Evie retrucou, cruzando os braços no meio do saguão e soltando as malas no chão
Max voltou contrariado a apanhou as duas malas que ela soltara, saindo outra vez na frente e largando Evie para trás. Eles haviam chegado ao aeroporto de Sofia e deveriam pegar um vôo direto para a Espanha, mas ainda nem haviam despachada as malas.
Eles já estavam acostumados ao ritual de viajar sozinhos, seu pai raramente participava das reuniões de família da ex-mulher, indo apenas aos eventos mais importantes. Evie sabia que ele estaria na Espanha no dia da festa de sua avó, e isso bastava para ela.
‘Aqui, nossos lugares são esses dois’ Max acomodou sua mochila no compartimento acima da poltrona e deitou espalhado
‘Que bom que os acentos da primeira classe são espaçosos, assim você não esbarra em mim’ ela provocou o irmão e ele apertou as bochechas dela
‘Me acorde quando chegarmos à Espanha’ Max se enrolou na coberta e virou para o lado, apagando na mesma hora
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‘Ah, até que enfim chegaram!’
Evie ouviu uma voz irritantemente conhecida e revirou os olhos antes mesmo de encontrar sua dona. Hanna e Dario, seus primos de mesma idade que estudavam em Beauxbatons estavam parados no saguão do aeroporto, sentados sobre as bagagens e com caras de poucos amigos. Conhecendo bem os gêmeos como ela e Max conheciam, não era necessário ser vidente para saber o motivo do mau humor: o vôo da Bulgária para a Espanha havia atrasado por quase meia hora, o que significava que eles estavam esperando os dois há algum tempo. E os quatro tinham ordens expressas dos avôs de esperaram uns pelos outros, deveriam sempre chegar juntos quando viajavam sozinhos.
‘Não temos culpa se o vôo atrasou!’ Max foi logo respondendo mal humorado, ele e Dario nunca se entenderam
‘Estamos esperando há mais de uma hora, já íamos embora sem vocês!’ Hanna reclamou impaciente e colocou a bolsa no ombro
‘Sim, claro que iam embora’ Evie riu na cara da prima ‘Como se fossem valentes o suficiente para levarem bronca de graça do vovô. Parem de chorar como dois bebês e vamos embora, estou cansada’
Max e Evie não esperaram os primos terminarem de recolher as malas e já foram chamando um táxi, se acomodando nele enquanto os dois vinham correndo para alcançá-los.
A viagem até Andaluzia pareceu durar uma eternidade, pois o silencio no táxi era torturante. Ninguém fazia a menor questão de manter uma conversa, nenhum deles engolia o fato de terem a mesma idade e com isso, estarem presos uns aos outros. Era uma espécie de sistema de proteção mútua que o avô deles impôs aos filhos e netos: aqueles com idades iguais ou aproximadas deveriam sempre estar juntos, ajudando e protegendo um ao outro. A regra parecia se aplicar muito bem ao resto da família, mas não a eles. Evie considerava Hanna a garota mais esnobe e falsa da face da terra, e Max via em Dario um garoto que não media esforços para conquistar seus objetivos, mesmo que isso significasse pisar em cima de seus próprios pais. Eles definitivamente não viam qualquer possibilidade de um dia se entenderem.
Quando o carro parou em frente à mansão de veraneio dos Stanislav em Andaluzia, Evie foi a primeira a correr para fora do táxi. Seus avôs já estavam parados no portão a espera deles, preocupados com a demora, e sua avó foi a primeira pessoa que ela abraçou. Os outros três desembarcaram com calma e trazendo as bagagens, entraram na casa. Todos os primos e tios já estavam reunidos na sala de estar e os quatro tomaram seus lugares para ouvir o que seus avôs tinham a dizer.
‘Bem, agora que estamos todos aqui’ ela olhou para os quatro últimos e esboçou um sorriso ‘podemos começar a contar as novidades’
‘Evangeline e eu achamos que passamos pouco tempo com todos vocês, e com a intenção de interagirmos mais, eu levarei meus filhos, genros e netos para um acampamento de caça, no Parque Natural de Cazorla!’ Andrei falou animado e os garotos se agitaram ao som da palavra “caça”
‘E eu vou levar minhas filhas, noras e netas ao mesmo parque, mas na outra extremidade, para um acampamento mais calmo, de pesca’ Evangeline falou no mesmo tom animado e suas filhas, noras e algumas netas pareceram animadas. Apenas Evie, Hanna e Helena não esboçaram qualquer tipo de empolgação.
Andrei deu ordem para que cada um fosse fazer uma mochila básica para duas semanas e comunicou que todos partiriam em duas horas. A sala se esvaziou em questão de segundos, com gente correndo para todos os lados até seus cômodos para começar a preparar as coisas. Mas Evie não correu, e subiu as escadas até seu quarto sem pressa alguma. Duas semanas de acampamento com Hanna na mesma barraca? Essas férias prometiam ser um desastre...